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MECANISMO DE AÇÃO 

À semelhança do que acontece com outros compostos químicos, os ftalatos também têm a capacidade de alterar o sistema endócrino. Dentro deste grupo, alguns tais como o DEHP, o DnOP, o DIDP, o DNHP, o BBP e o DBP- foram reconhecidos como interferentes do sistema endócrino. [10,12]

 

A produção de hormonas pela tiroide, numa situação normal, é regulada por um mecanismo de feedback negativo, onde o hipotálamo, a hipófise e a própria glândula (a tiroide) estão envolvidos. A hormona libertadora da tirotropina (TRH), quando secretada pelo hipotálamo, vai-se ligar os recetores da TRH presentes na pituitária. Como consequência disto, vai haver produção e libertação de TSH, que se irá ligar aos recetores de TSH que existem na tiroide. Deste modo, há então a produção de tiroglobunia, de tri-iodotironina (T3), de tetraiodotironina (T4), da proteína responsável pelo simporte de sódio e de iodo (NIS) e pela tiroide peroxidase. A secreção de TSH é ainda diretamente estimulada pela T3 e pela T4. [12]

 

O papel dos ftalatos na toxicidade do sistema endócrino resulta do facto de serem capazes de se ligar aos recetores da tiroide, podendo tanto funcionar como agonistas ou como antagonistas. Deste modo, é fácil compreender o porquê de estarem frequente associados a alteração no desenvolvimento neurológico, causando danos e distúrbios na saúde do próprio homem. Por estas razões, os ftalatos são considerados disruptores endócrinos. [13,14]

 

 

Figura 4 - Disruptores da tiroide: efeitos no metabolismo da tiroide [12]

Pelo acima descrito, e pelo visível na imagem, os ftalatos possuem, infelizmente, um papel ativo  ao nível da  produção hormonal, na degradação e na eliminação de hormonas, na ativação de recetores celulares e na interconversão das hormonas da tiroide. Para além disto, eles interferem ainda na ativação de alguns recetores celulares, bem como, no sistema de uptake de iodo, bloqueando a NIS. Por esta última razão, nas células foliculares da tiroide passam a existir que não são altas o suficiente para produzir quantidades suficientes de T3 e de T4. [12]

 

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 24 de Maio de 2016

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